Autor
Aristides Oliveira
Edilberto Sobrinho
Apresentação
“Hecatombe”, termo que na antiguidade referia-se ao massacre de cem bois, e utilizado por Aristides para mensurar a devastação social, intelectual, humana e política que foi o governo de Bolsonaro no brasil. O livro do é heterogêneo e fragmentado em duas partes. Na primeira, por meio do gênero diário de bordo, o autor navega sincronicamente pelo turbilhão de acontecimentos na era da pós-verdade difíceis de assimilar, ou até mesmo de recordar. Aristides, como um neo Mefisto ou neo Dante, percorre a terra e o inferno numa busca incessante por um pouco de respiro, uma saída para aquele labirinto de fauno, povoado de paranoia bolsonarista. O que aconteceu com as pessoas ao nosso redor? Por que não havíamos percebido tudo isso antes? O que faremos diante de todas essas tardias descobertas? O diário funciona maquinalmente também como o corpo de Aristides, que não dorme, está sempre em alerta diante dos acontecimentos que desafiam a lógica conhecida até então. O diário pessoal mistura-se com o diário de bordo, a ponto de a história do Brasil oprimir e ofuscar a história do professor. Na segunda parte, o autor, sem perder o folego, mas agora menos pessimista, apresenta uma reflexão de como o neofascismo se instaurou no país. Aristides, por meio da leitura de variados livros, revistas e posts publicados sobre o governo Bolsonaro, procura entender a falência do projeto petista em meio a ascensão do bolsonarismo. Tudo isso por meio da percepção da fragil democracia brasileira, ainda em processo de formação, uma protodemocracia, performática e fictícia. Os tempos distópicos refletidos pelo autor também ganham forma criativa por meio das imagens perturbadoras de Edilberto Sobrinho que satirizam os principais personagens desse teatro da extrema direita.
Número de páginas
324
Editora
Cancioneiro
ISBN
978-65-5380-079-3