“Liberdade de expressão”, mais um termo com um significado nobre em sua concepção e que foi totalmente corrompido pela extrema-direita mundo afora. Pode ter a mais absoluta certeza que, ao se deparar com alguma figura política bradando o tempo todo sobre “liberdade de expressão”, ela não estará defendendo a diversidade de pensamentos e de estilos de vida, mas sim a “liberdade” para poder espalhar fake news sobre adversários políticos e a de atacar minorias sem sofrer sanções judiciais.
O maior exemplo dessa balela é Elon Musk, homem mais rico do mundo que comprou o Twitter (renomeando-o ridiculamente para “X”) com a conversinha fiada de que o fez para garantir o direito das pessoas de poderem se expressar livremente… mas será mesmo? Além de fazer uma saudação nazista na posse de Donald Trump, que deu a ele o cargo de chefe de Departamento de Eficiência Governamental, o bilionário logo participou de um comício do Partido “Alternative Für Deutschland” (Alternativa Para Alemanha), onde soltou a linda pérola de que “os alemães não deveriam ter vergonha de seu passado”, uma clara referência aos anos 30 e 40 do país.
Além dos gestos escancarademente nazistas, o X não conta com checagem de fatos, favorecendo a disseminação de fake news, além de vários usuários terem relatado que suas contas estavam seguindo, sem que soubessem, os perfis de Donald Trump, de seu vice e de várias outras figuras políticas em seu entorno. Em menos de um mês na presidência, o presidente fomentado por Musk também tomou outras medidas que “favorecem” a liberdade de expressão, tais como a assinatura de decretos que acabam com as políticas de inclusão da diversidade no governo e em empresas particulares; a exigência da retirada de bandeiras representativas de lutas étnicas e sexuais; a perseguição a artistas e cientistas; a seleção das artes clássicas como única representativa do povo americano, e que a partir daquele momento, os projetos de arquitetura e de arte envolvendo as repartições públicas deveriam seguir essa padrão; a criação de uma força tarefa contra o “viés anticristão” e de um “Escritório da Fé”; além de seguirem cada um dos passos do Projeto 2025, postado pelo Heritage Foundation, grupo ultraconservador que planeja transformar os EUA em uma nação terrivelmente cristã; lembrou de alguma série em que várias mulheres são obrigadas a se vestir de vermelho?
Mas sejamos justos, Elon Musk realmente defende a liberdade de expressão, ele só escondeu o fato que não é para todo mundo, apenas para os nazistas, para os fascistas, para os racistas, para os transfóbicos e para todas as outras corjas que já passaram por este planeta. Ainda bem que o mundo já está acabando mesmo e essa liberdade não irá mais servir para nada.